sábado, 24 de setembro de 2016

Depoimento sobre a participação no Castelo das Peças


Por Lucas Moraes (estudante de licenciatura em Física)
     Castelo das peças é um evento que reúne interessados em jogos modernos de tabuleiro, em um local onde eles possam jogar, se conhecer e conhecer novos jogos. Este blog lida com PBL (Problem Based Learnig, do inglês, Aprendizado baseado em Problemas) e Gamificação que vem da palavra game (jogo, em inglês). Resumidamente, isso é a apresentação da matéria escolar de forma simples e recreativa.
     Estar inserido no mundo dos jogos modernos de tabuleiro foi uma experiência completamente diferente do que esperava. Eu esperava computadores, códigos binários, todo tipo de tecnologia, etc, mas ao chegar e ver a simplicidade de várias mesas e pessoas jogando de maneira informal e descontraída me deu nova visão e ideia sobre jogos.
     Hoje em dia a tecnologia é algo que é tão difundida na sociedade, que é difícil pensar em jovens se entretendo sem uso de aparelhos eletrônicos. Conversei com jogadores que estavam lá e me surpreendi. Eu venci os estereótipos que tinha antes de ali chegar, pois descobri sentidos que desconhecia ao notar extrema sapiência neles. Os jogos de estratégia, especificamente, dependem muito da inteligência, e isso é potencial que poderia ser aproveitado nos estudos. Percebi que os jogos não são perda de tempo ou desperdício de intelectualidade, pois os jovens desenvolvem amplas capacidades, psíquicas e motoras através destes jogos. Acredito que levar os conteúdos escolares para este ambiente é uma solução alternativa válida para o processo de aprendizagem.
     Nesta semana estive em um seminário de uma professora de Física do CEFET-RJ, cujo título é “Força é igual a massa vezes imaginação”. Nesta palestra, a professora mostrou alguns meios alternativos para a educação, e isso foi algo que contribuiu muito em ampliar meus horizontes, sendo eu professor em formação. Falou-se de ideias interessantíssimas sobre inovação no sistema tradicional de ensino e aplicação de experiências reais em sala de aula. Uma saída de extrema perícia apresentada por ela para a questão de fazer os alunos pensarem, ou melhor, para provar que os alunos pensam, e aproveitar ao máximo essa habilidade, foi uma sacada de pedir para o aluno debater a física, comentar a física e formular perguntas e/ou dúvidas reais dele. Com isso, o aluno vence os paradigmas do sistema tradicional de ensino, reconhecendo que o ensino de ciências exatas não é de toda forma tão exato, e que cabe discussões. Além disso, o aluno não fica meramente reproduzindo sistematicamente o aprendizado tradicional, pois o objetivo da escola é sim formar pessoas críticas, capazes de questionar o mundo. O aluno é o foco, a matéria escolar deve ir ao aluno e não o aluno até a matéria.
     Ainda neste tema vale frisar que a integração professor-aluno conta muito no aprendizado. Através de debates e diálogos no meio acadêmico nota-se que o aluno que se identifica com o professor tende a se esforçar mais naquela matéria. Cito aqui nominalmente o professor Cleber Haubrichs, professor de matemática no IFRJ Campus Nilópolis. Este professor encanta seus alunos e os seduzem a gostar da matemática, pois ensinar é sim um jogo de sedução, de fazer seu aluno se interessar pelo assunto e prender sua atenção em no que ele fala. Este exímio professor usa de carisma para integrar seus alunos, sempre com sorriso no rosto e transitando com maestria a linha tênue entre a o humor engraçado e a matemática, abordando sua matéria com respeito que se deve dar e aplicando todo seu conteúdo.
     Dadas as apresentações, chegando ao nosso ponto: este é um modelo de professor que eu considero que os jovens preferem. Um professor que trata o aluno sem a hierarquia tradicional de mestre-e-discípulo, mas com amizade aos alunos. Um professor que se dispõe a jogar com seus alunos, sentar em uma mesa da escola (ou até fora dela) e ter conversas informais com os alunos.

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