sábado, 24 de setembro de 2016

Jogos Educacionais e suas Diferentes Interfaces




JOGOS EDUCACIONAIS E SUAS DIFERENTES INTERFACES

O grupo dédalo possui em sua formação 3 integrantes de diferentes áreas:  Valéria tem experiência em educação, Elane possui projetos na área de educação e preservação do meio ambiente e Bruno em educação popular em saúde. Por meio de algumas notas introdutórias, pretende-se nesse post abordar o que são os jogos educacionais e seus benefícios nas diferentes perspectivas. 



     1 - Sob a lente de uma profissional da educação

O jogo educacional é entendido como um recurso que ensina, desenvolve e educa de maneira prazerosa. Este nos remete a ter uma relevância, como instrumento para o ensino aprendizagem. O jogo assume a função lúdica e educativa, pois através da sua utilização ele torna mais eficaz a exploração e construção do conhecimento segundo Kishimoto (2011), pois ele conta com a motivação interna, típica do lúdico. Sabe-se que o trabalho pedagógico requer a oferta de estímulos externos e a influência de parceiros, é nessa troca que se materializa o saber. As regras precisam ser flexíveis, para estimular o jogador. Somente após uma vivência maior com o jogo é que se vai intuindo e incluindo regras mais complexas. Vale concluir afirmando a importância do jogo dentro da Escola, através de conteúdo, possibilitando uma aprendizagem mais estimulante e significativa.





2 - Sob a lente de uma profissional da educação ambiental

“Jogos podem ser usados como ferramentas incrivelmente poderosas para o ensino e a aprendizagem de temáticas ambientais!”
Pensem no uso que já foi feito de Alternate Reality Games para resolver problemas no mundo real. Quando estes problemas dizem respeito a temáticas ambientais, como soluções sustentáveis para o uso de recursos não-renováveis, para a produção de energias mais limpas, para a manutenção da biodiversidade, para mudanças climáticas ou para conflitos socioambientais iminentes, etc.; imaginem só quantos ganhos podemos auferir deste uso!
Pra começar, as fronteiras do real e do possível ficam mais e mais indistintas e a própria ficção do jogo se torna mais verdadeira por se tratar de problemas realmente prementes para nós, de circunstâncias cotidianas que realmente experimentamos ou podemos vir a experimentar muito em breve, dado o avanço destes problemas e a escala criada pelos enormes avanços da técnica.
A simulação colaborativa que ocorre num Alternate Reality Game baseia-se numa premissa muito simples: “the best way to change the future is to play with it first”. Neste tipo de jogo, as fronteiras do espaço também desaparecem, pois pessoas do mundo todo poderiam participar de um mesmo jogo que simula desafios futuros e a busca por possíveis e mais criativas soluções. A própria fronteira do tempo também fica obliterada, pois problemas ambientais dizem respeito precipuamente não só a gerações atuais de seres humanos que dividem o mesmo planeta atualmente, mas também a gerações futuras. Em termos de exercícios de imaginação do futuro ainda, dois tipos de visões poderiam se descortinar com igual “realismo”: as de tipo utópicas, e as de tipo distópicas (por exemplo, como seria se daqui a 21 dias nossa espécie fosse entrar em extinção), em que se intenta “vivenciar” a ficção de utopias negativas, criadas como sátiras ou como sinistros avisos do que o futuro próximo nos reserva se continuarmos a extrapolar ao máximo os limites dos recursos disponíveis nos ecossistemas, biomas e no planeta tomado como a nossa casa comum. De todo modo, mais do que apenas um simples exercício de imaginação, há todo um potencial extraordinário nos jogos para criar a empatia e motivação para a cooperação que as ações para um mundo mais sustentável nos exigem, e isso tudo de maneira lúdica, num contexto de puzzle-solving e de acionamento da melhor versão de nós mesmos, em termos até de uma ética das virtudes, que molde o caráter para que este se desenvolva em ações e atitudes melhores para nós mesmos, para os outros seres e para o planeta em geral… educar e mover para a ação, e isso de modo lúdico… combinação melhor, é impossível...


3 - Sob a lente de uma profissional da saúde

De uma forma geral no campo da saúde o debate sobre “educação em saúde” é antigo e ampliado entre os diversos segmentos e categorias profissionais da áreas. No geral, a atenção básica ou atenção primária é o principal nível de atenção que realiza “educação em saúde” junto à população contra os diversos agravos, numa perspectiva de prevenir doenças ou condições negativas de saúde. Um ponto que se debate que usualmente é o que mais se observa nesse contexto são que os profissionais entendem educar como sinônimo de informar e como se essa mensagem bastasse para prevenção (obviamente isso não se aplica a todos os equipamentos e profissionais). Uma estratégia que vem sendo adotada por alguns profissionais é o uso de “jogos sérios” e gamificação para sensibilizar os usuários nos serviços de saúde. Os resultados incialmente tem se mostrado positivos por conseguir construir um conhecimento que somente na informação verbal não era possível ou tinha menos alcance.
Então se pensarmos que o uso de jogos educacionais nos serviços de saúde junto aos usuários é algo que vem crescendo recentemente o que poderíamos dizer sobre docentes que utilizam estes recursos para formar profissionais da área da saúde? Algumas produções mostram que ela existe, porém timidamente. Em geral há recursos digitais ou que podem ser utilizados nos cursos a distância com intuito de tornar o conteúdo mais atrativo e ajudar na consolidação e assimilação do que foi estudado.
Os jogos educacionais assim como em outras áreas, na saúde podem favorecer tomadas de decisões, encorajamento, planejamento e organização de uma ação, raciocínio, agilidade no processo de aprendizado e também pode tornar mais atrativo o que até então era considerado tedioso ou difícil. Fica o convite para os professores dessa grande área estreitarem os laços com a educação e ambiente e utilizarem mais essa ferramenta poderosa. 

Grupo Dédalo 

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